terça-feira, 26 de abril de 2011

Reflexão sobre o texto “Ato de Fé ou Conquista do Conhecimento?”


O texto “Ato de Fé ou Conquista do Conhecimento?” nos permitiu uma reflexão de como nós construímos nossa relação com a ciência. Percebemos que esse contato se dá antes mesmo do primeiro contato com a escola formal e, ao contrário do que se possa pensar, ele é rico, é importante, porque concebe a ciência de modo universal, o todo e não fragmentada, como um conhecimento reprodutor, instrumentalista e, no nosso caso, alimentada pela dicotomia entre a Geografia Física e a Geografia Humana. Como diz o autor do referido texto, Rodolpho Caniato, talvez a maioria dos alunos já estejam “domados” pela Escola, que muitas vezes acreditando que esta ensinando, continua extinguindo o gosto e a curiosidade inata que as crianças têm para saber os “como” e os “porquês”. 
Mais uma vez, nos é apresentado o desafio de um novo olhar para a nossa prática pedagógica. O olhar não de como ensinar Geografia, mas de como o aluno aprende Geografia. E o olhar sob um novo prisma, requer cuidados na velocidade do processo, quebra de paradigmas e sempre está reavaliando o que se está introduzindo de novo.
Também fica claro que essa quebra de paradigma é mais difícil ainda quando percebemos a distância da ciência com o “lugar” da escola, e pior, que essa distância fica legitimada pelo “lugar maior”, a universidade. A história de Joãozinho (texto “Ato de Fé ou Conquista do Conhecimento?”) nos faz pensar como outros espaços de aprendizagem não são contemplados pela Escola e, muito menos, pelo “lugar maior”, a academia, na medida em que esta “prepara” os professores para atuar nos primeiros níveis da educação.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Quem Serve o Conhecimento Geográfico?

                                                        Imagem do filme O Grande Ditador

Sendo que é no espaço que as relações de poder se estabelecem, o conhecimento da Geografia, em primeiro lugar, serve ao Estado, na medida em que quem mais conhece o espaço e o domina é o próprio Estado.
Assim, o Estado regula, ora mais, ora menos, dependendo de cada momento de menor ou maior abertura política (democracia). Não sendo a democracia a garantia da popularização do conhecimento geográfico. Por si só a democracia não legitima o acesso desse conhecimento para todos os sujeitos, porque embora não haja privações da liberdade de pensamento, por outro lado há por parte das forças maiores (Estado, blocos econômicos, multinacionais, neoliberalismo – quer dizer, a força do capitalismo), um discurso “subliminar” que faz com que seja desestimulante pensar nas ciências sociais, na discussão dos problemas que cercam o indivíduo.
Esse discurso por parecer ingênuo, apolítico e subliminar, encontrou e encontra nos espaços da sala de aula, lugar “apropriado” para sua disseminação (a sala de aula é o lugar que passa “toda” a população). E isto é legitimado pela Escola, quando esta se torna reprodutora, instrumentalista, fragmentadora do conhecimento, se apropriando de um planejamento burocrático (que tem estratégia de fragmentar), de uma avaliação pontual, sem reflexão.
Dessa forma, é  imprescindível que nós professores de Geografia pensemos na revisão de nossa prática, como estamos concebendo o Projeto Político Pedagógico de nossa unidade escolar, como estamos planejando e avaliando.
E nessa reflexão fica evidente que alguns paradigmas têm que ser quebrados. Percebemos assim a importância da discussão do planejamento (dentro das bases teórico-metodológicas que fundamentam o ensino de Geografia), da avaliação, evitando as dicotomias (Geografia Física/Humana, teoria/prática e ensino/pesquisa) e provocando  um questionamento do ensino de Geografia na escola e suas intencionalidades .

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Geografia Utile Dulci

Após a leitura da entrevista de Jarbas Novelino Barato (Os blogs em educação não devem ser pedagógicos, nem didáticos), resolvemos colocar o seguinte título no blog: Geografia Utile Dulci. Utile Dulci é uma expressão latina que quer dizer: junta o útil ao agradável. A idéia surgiu da compreensão, através do texto de Barato, de que a proposta da utilização do blog é usá-lo como local de liberdade de produção (imagens, textos, áudio, vídeo, cores, links, etc.), de espontaneidade e de encontro. Isso proporcionará o evoluir do próprio pensar, alegria em perceber que seus posts vão clareando seus interesses, conhecimentos, gostos, modos de pensar, despertando assim, sentimento de confiança e, também, surpresas, estabelecimentos de relações de amizade, etc.. Assim achamos o termo latino muito apropriado para o nosso blog, na medida em que "fugiremos" da prática secular de escrever e ler no papel, da sistematização, da “rigidez” de tais textos, para uma possibilidade mais agradável, como diz Barato, bonito e comunicativo, lidando com cores e tamanhos de texto, mudando estilo, extensão de frases, maneiras de destacar importância de alguma coisa etc.. Segundo o autor, a dinâmica do discurso em ambientes digitais é coisa completamente nova, precisamos aproveitar bem os novos meios e não há regras muito claras para tal façanha.
 E se é agradável expressar o pensamento através de tantas possibilidades, o autor ainda nos diz: ”acho que a melhor fórmula no caso é aprender fazendo”. Também se verifica a utilidade dessa atividade na constante alternância de ora ser “ensinante”, ora aprendiz nesse ciberespaço, a chamada “aprendizagem não regulada”, trazendo conhecimentos de um modo fluente e sem esforço aparente.